A responsabilidade e os riscos da mediunidade –

A responsabilidade e os riscos da mediunidade – 

PERGUNTA: O excesso de trabalho mediúnico prejudica o médium?

RAMATÍS: A fadiga sem dúvida resulta de um labor prolongado e varia de indivíduo para indivíduo, conforme a maior ou menor capacidade física de sua resistência. Aliás, o próprio pensamento, para se manifestar a contento, depende do consumo de certas energias que o ajudam a atingir o cérebro material. Assim, o médium, mesmo nos seus momentos de pura inspiração consome certa quantidade de energias neurocerebrais, porque a mais sutil mensagem inspirada pelos espíritos exige uma série de operações intermediárias algo fatigantes e fim de atingir a consciência física e depois manifestar-se na forma de palavra falada ou escrita.
O intercâmbio do nosso pensamento embora vos pareça singelo, consome diversas substâncias energéticas da massa encefálica, produz certa desmineralização no sangue e reduz as cotas vitais-magnéticas da rede nervosa. O sistema endocrínico por sua vez, também mobiliza os hormônios necessários para ativar as glândulas e movimentar as cordas vocais ou o braço do médium, a fim dele "falar" ou "escrever" aquilo que lhe inspiramos. A mais singela meditação do homem eleva e excita a sua tensão psíquica, mobilizando os elementos magnéticos do seu maquinismo carnal. Isto acontece mesmo que ele não sinta qualquer fadiga corporal. Evidentemente, o intercâmbio mediúnico mais complexo exige maior consumo de energias do homem para o êxito dessa operação psicofísica, de alta intensidade e sob o comando do mundo oculto.
No entanto, a intensidade do cansaço ou fadiga no homem também se manifesta de acordo com a resistência biológica e o controle emotivo da sua tensão mental. Em conseqüência o médium que se entrega à atividade mediúnica com sua mente descontrolada, embora ainda permaneça sob a proteção dos espíritos amigos e benfeitores, nem por isso eles podem livrá-lo da contingência das leis físicas que lhe disciplinam as atividades biológicas.
A faculdade mediúnica não é uma proposição atrabiliária, mas a oportunidade compensativa para o espírito endividado quitar-se consigo mesmo. O médium desleixado, negligente, rebelde, ou que se exceda nos seus labores medi únicos, agrava os seus equívocos de vidas anteriores. 

PERGUNTA: A mediunidade poderá causar a loucura? Aliás, este problema foi abordado pelo próprio Allan Kardec, no "Livro dos Médiuns".

RAMATÍS: Isso depende de certas circunstâncias. O espírito reencarnado na Terra não pode isolar-se completamente das contingências inerentes ao próprio meio, em que o indivíduo, na sua vida de relação, está sujeito a hostilidades e emoções que lhe afetam o equilíbrio psíquico.
É óbvio que o exercício da mediunidade pode causar a loucura ao homem, desde que ele a exerça de modo insensato e ultrapasse o limite fixado no programa elaborado pelo seu espírito antes de sua encarnação. O médium precisa agir com muita prudência na vida física, a fim de não confundir sua responsabilidade mediúnica com os acontecimentos naturais da vida material. Embora ele esteja protegido pelos amigos desencarnados que lhe endossaram a tarefa mediúnica na Terra, eles não podem impedi-lo de modificar sua vida, quer tomando rumos inesperados perniciosos, assim como tomando decisões insensatas, que o levam à loucura por ultrapassar o limite de sua segurança espiritual.
PERGUNTA:  O médium pode ser considerado uma criatura anormal?


RAMATÍS: Anormal não é propriamente o termo, mas trata-se de um indivíduo incomum. É criatura inquieta, receptiva e algo aflita, que vive, por antecipação, certos acontecimentos. Sua hipersensibilidade perispiritual atua com veemência na fisiologia do sistema nervoso e endocrínico. Alguns são pacatos e sem qualquer característica excepcional, mas isso resulta de que a sua mediunidade é menos sensível no campo psíquico. Estão neste caso os médiuns sonâmbulos ou de efeitos físicos, cuja mediunidade é de caráter fenomênico, só identificada durante o transe.

PERGUNTA: O médium pode ser considerado uma criatura anormal?

RAMATÍS: - Anormal não é propriamente o termo, mas trata-se de um indivíduo incomum. É criatura inquieta, receptiva e algo aflita, que vive, por antecipação, certos acontecimentos. Sua hipersensibilidade perispiritual atua com veemência na fisiologia do sistema nervoso e endocrínico. Alguns são pacatos e sem qualquer característica excepcional, mas isso resulta de que a sua mediunidade é menos sensível no campo psíquico. Estão neste caso os médiuns sonâmbulos ou de efeitos físicos, cuja mediunidade é de caráter fenomênico, só identificada durante o transe. Merecer na vida atual um organismo sadio e de boa estirpe biológica hereditária, que lhe permita gozar boa saúde. Mas aqueles que, no passado, esfrangalharam o seu equipo carnal e o massacraram na turbulência viciosa, gastando-o na consecução dos apetites inferiores, esses terão um corpo físico cujas funções orgânicas são precárias.
O médium, portanto, em face de sua sensibilidade psíquica enfrenta uma existência mais gravosa do que o homem comum, cumprindo-lhe cuidar desde a alimentação, assim como sofre mais facilmente os efeitos das alterações climáticas. Além de sua saúde física ser frágil, ele sofre mais intensamente os dissabores e as preocupações da vida humana, pois o seu psiquismo é demasiadamente excitável

Do livro: “Elucidações Do Além” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento

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