Transformando a crise em aprendizado



De volta pra casa...
A Cigana Zoraia, nos convida a pensar que toda crise tem um para quê.
Nos lembra que há muito tempo o ser humano, de modo geral, tem estado excessivamente centrado em si mesmo, e quase nunca na coletividade. A grande maioria tem vivido como robôs pelo planeta, focados no ter e distantes da verdadeira essência. Guiados pela lógica do poder materialista, pela lógica do “brigo, venço, ganho”, pela lógica do ganha-perde (enquanto alguém ganha, outro perde), reforçando desigualdades, fazendo imperar o egoísmo, reduzindo o valor das coisas ao dinheiro, ao poder, às conquistas materiais. Mas, o que aconteceu com todos diante disso?
As pessoas estão adoecendo, aumentando ansiedade, pânico. As pessoas estão a brigar, a desvalorizar os idosos. Consomem lixo social através das redes sociais. Enchem-se de medo e ódio. Desrespeitam-se. Desaprenderam a viver em coletivo. O mundo ficou triste. O grande problema que faz com que seja pior é perceber que o vírus é o vírus do poder, da maldade, do egoísmo, da falta de amor, da falta de coletividade, da falta de paciência. Então, o mundo adoeceu.
Por que será?
Porque estão focados no fora. Não há tempo para as emoções, não há tempo para dormir, para se divertir; porque preciso de mais e mais dinheiro, de mais e mais roupas, de mais e mais coisas materiais. Não é?
Então o planeta, a Mãe Terra ficou ferida e suas emoções também. Se só olho para um lado, adoeço. Se só olha para fora, adoeço. Preciso olhar para todas as energias, ying e yang, para dentro e fora, para as emoções e para o que é externo.
O vírus, que traz a coroa em seu nome, vem nos fazer repensar nesse poder. Vem nos fazer repensar essa busca desenfreada pelo dinheiro. Nos colocou “pra dentro de casa”. Representa uma oportunidade para olhar para nossas ações, para o todo. Nos faz perceber o que precisamos mudar. Nos faz perceber a importância de “voltar pra casa”, para nos cuidar, pra cuidarmos uns dos outros, pra valorizar a vida, valorizar os amigos, os nossos anciãos, que são nossa sabedoria.
É um pedido de paciência. Não adianta correr o dia todo. É um convite de perseverança. Pede para nos aceitarmos vulneráveis. Convida a percebermos nossos medos, olhar para nossas emoções. Poder dizer “estou cansado”, e então descansar.
Trata-se de um aprendizado de coletividade. De volta para nossa humanidade. Para permitir que a Terra volte a respirar. Com calma. Com respeito, com cuidado de si e dos outros.
Cigana Zoraia

Comentários