AULA 6
MEDIUNIDADE - MÉDIUNS PERFEITOS E IMPERFEITOS
CONTEÚDOS DA AULA: médiuns perfeitos e imperfeitos; razão da queda dos médiuns;
E quem são essas pessoas chamadas de médiuns?
Os médiuns são espíritos que, em vidas passadas, fracassaram na forma que viveram, contrariando as leis divinas. Como consequência dessas vidas passadas pedem aos Mestres espirituais para resgatar essas faltas. E o fazem sob severos compromissos e grandes responsabilidades. No seu passado encontramos graves deslizes e erros. Erros como por exemplo, prepotência, abusos do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência, ganância, etc.
No caso dos médiuns de umbanda, são aqueles que, inclusive, já mexeram com magia negra em vidas passadas. E agora com a eterna bondade da espiritualidade, regressam ao planeta para trabalharem em favor dos irmãos que necessitam, numa forma de resgatar seu próprio carma.
Portanto, é necessário que o médium não se julgue superior às pessoas por ter mediunidade, pois a caridade eventualmente prestada deve ser creditada à espiritualidade, pois o médium não passa de um instrumento não podendo interferir na lei de causa e efeito.
É preciso que ele compreenda que não pode ajudar a todos que o procuram; apenas àqueles que tem merecimento e quem pode julgar esse aspecto é a espiritualidade.
O médium tem a obrigação de, em contato com a espiritualidade, orientar, aconselhar, informar aqueles que querem manter uma vida dedicada à evolução do espírito ou ainda, acolher aqueles que se desviaram no rumo de suas vidas e desejam retornar ao caminho do amor.
Há que se ter na forma de viver um diferencial. Não pode haver diferença entre o discurso e a prática. O médium deve colocar em prática todos os conceitos de amor, humildade e caridade. Na verdade todo ser humano deveria fazer isso, mas o médium tem a obrigação de se esforçar ainda mais nesse sentido.
Feita essa introdução, necessária para equilibrar os conceitos de mediunidade e médium (quem são ou foram esses médiuns), passemos, então, ao assunto que nos traz a este capítulo: médiuns perfeitos, imperfeitos e razões das quedas dos médiuns!
BONS MÉDIUNS
PRINCÍPIOS DE UM MÉDIUM
- Fé
-Caridade
-Paciência
-Perseverança
-Disciplina
-Amizade
-Sinceridade
- Igualdade
-Humildade
-Fraternidade
TIPOS DE MÉDIUNS PERFEITOS:
- Médiuns sérios: Os que unicamente para o bem se servem de suas faculdades e para fins verdadeiramente úteis. Acreditam profaná-las, se utilizarem-se delas para satisfação de curiosos, indiferentes ou para futilidades.
- Médiuns modestos: Os que nenhum reclamo fazem das comunicações que recebem, por mais belas que sejam. Consideram-se estranhos ä elas e não se julgam ao abrigo das mistificações. Longe de evitarem as opiniões desinteressadas solicitam-nas.
- Médiuns devotados: Os que compreendem que o verdadeiro médium tem uma missão a cumprir, e deve quando necessário, sacrificar gostos, hábitos, prazeres, tempo e mesmo interesses materiais ao bem dos outros.
- Médiuns Seguros: os que, além da facilidade de execução, merecem toda a confiança pelo próprio caráter, pela natureza elevada dos espíritos que os assistem; os que, portanto, menos expostos se acham a ser iludidos. Veremos mais tarde que essa segurança de modo algum depende dos nomes mais ou menos respeitáveis com que os Espíritos se manifestem.
“Todas essas variedades de médiuns apresentam uma infinidade de graus em sua intensidade. Muitas a que, a bem dizer, apenas constituem matizes, mas que nem por isso, deixam de ser efeito de aptidões especiais.
Concebe-se que há de ser muito raro esteja à faculdade de um médium rigorosamente circunscrita a um só gênero. O médium pode, sem dúvida, ter muitas aptidões, havendo, porém, sempre uma dominante. Ao cultivo dessa é que, se for útil, deve ele aplicar-se. Em erro grave incorre quem queira forçar de todo o modo o desenvolvimento de uma faculdade que não possua. Deve a pessoa cultivar todas aquelas de que se reconheça possuir os germens. Procurar ter as outras é, acima de tudo, perder tempo e, em segundo lugar, perder talvez, enfraquecer com certeza, as de que seja dotado.
“Quando existe o princípio, os gérmens de uma faculdade, estes se manifestam sempre por sinais inequívocos. Limitando-se à sua especialidade, pode o médium tornar-se excelente e obter grandes e belas coisas; ocupando-se de todo, nada de bom obterá. Notai, de passagem, que o desejo de ampliar indefinidamente o âmbito de suas faculdades é uma pretensão orgulhosa, que os Espíritos nunca deixam impunes.
Os bons abandonam o presunçoso que se torna então joguete dos mentirosos. Infelizmente, não é raro verem-se médiuns, que, não contentes com o dom que receberam, aspiram por amor-próprio, ou ambição, a possuir faculdades excepcionais capazes de os tornarem notados. Essa pretensão lhes tira a qualidade mais preciosa: a de médiuns seguros.” – (Sócrates)
OS BONS MÉDIUNS E AS MENSAGENS RUINS
Allan Kardec nos ensina que não basta ser um bom médium para estar livre das más influências. O médium dotado de boas qualidades também pode transmitir respostas falsas. Isto pode ser permitido pelos bons Espíritos a título de aprendizado e para que se mantenham vigilantes, além de testar os medianeiros que com eles trabalham. Além disso, é preciso se levar em consideração que nem sempre se conhece a intimidade das pessoas e uma vez que somos imperfeitos, ainda não nos livramos de certas mazelas que nos associam a irmãos semelhantes. Eis aí a razão da necessidade da análise criteriosa de todas as comunicações, não importando por qual médium ela venha tampouco, qual o nome a assine.
Os bons médiuns que se esforçam para bem desenvolver suas atividades, não devem desanimar quando recebem comunicações dessa natureza. Antes, devem agradecer a advertência, tomando o fato como precioso aprendizado e como necessário alerta.
MÉDIUNS PERFEITOS
NÃO EXISTEM MÉDIUNS PERFEITOS, disseram os Espíritos, pois a perfeição não existe na face deste planeta. Logo, devemos deixar de lado a ideia de que existem médiuns infalíveis. No item 10 da pergunta 226 do Livro dos Médiuns, a resposta é clara e precisa: “Os Espíritos bons permitem que os melhores médiuns sejam às vezes enganados, para que exercitem o seu julgamento e aprendam a discernir o verdadeiro do falso. Além disso, por melhor que seja o médium, jamais é tão perfeito que não tenha um lado fraco, pelo qual possa ser atacado. As comunicações falsas que recebe de quando em quando são advertências para evitar que se julgue infalível e se torne orgulhoso”.
Esta resposta dos Espíritos merece muita reflexão, pois temos a tendência ao endeusamento de personalidades, o que pode levar a prejuízos na avaliação das mensagens, uma vez que se confunde o instrumento com os acordes que dele saem.
No desenvolvimento da mediunidade, portanto, procuremos nos conscientizar que cada um deve procurar servir em espírito de humildade, sabendo que a perfeição só em existe em Deus. Usemos no máximo a palavra “bom médium”.
O MÉDIUM, SUA MORAL E O ESPÍRITO COMUNICANTE
“Se o médium, quanto à execução é apenas um instrumento, no tocante à moral exerce grande influência nas comunicações. Porque o Espírito comunicante se identifica com o Espírito do Médium, e para essa identificação é necessário haver simpatia entre eles, e se assim podemos dizer afinidade.
A alma exerce sobre o Espírito comunicante uma espécie de atração ou repulsão, segundo grau de semelhança ou dessemelhança entre eles. Ora, os bons tem afinidades com os bons e os maus com os maus, de onde se segue que as qualidades morais do médium tem influencia capital sobre a natureza dos Espíritos que se comunicam por seu intermédio. As qualidades que atraem os bons Espíritos são: bondade, benevolência, simplicidade de coração, amor ao próximo e o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que os afastam são: orgulho , egoísmo, inveja, ciúmes, ódio, sensualidade e todas as paixões pelas quais o homem se apega a matéria.” - (questão 227, Livro dos Espíritos).
QUALIDADE DOS BONS MÉDIUNS
“O que mais importa considerar é a natureza dos Espíritos que assistem o médium habitualmente, e para tanto, o que mais nos deve interessar não são os nomes, mas a linguagem. Jamais o médium deve esquecer-se de que a simpatia entre os Espíritos Bons estará na razão dos esforços feitos para afastar os maus. Convicto de que sua faculdade é um dom que lhe foi concedido para o bem, para o cumprimento de seus carmas, não se prevalecerá dela de maneira alguma, nem se atribuirá mérito por possuí-la. Recebe como uma graça as boas comunicações, devendo esforçar-se por merece-las através de sua bondade, benevolência e modéstia.”- (questão 229).
Allan Kardec nos deixou preciosas e seguras instruções em O Livro dos Médiuns. Trata da questão com a clareza que lhe é peculiar e faz sérias advertências em seus escritos, na Revista Espírita, sobre o assunto. No que se refere às avaliações das mensagens, diz o codificador que nem sempre as boas intenções e a própria moralidade do médium bastam para evitar a intromissão dos Espíritos mentirosos e pseudo-sábios nas comunicações. É necessário pesar tudo quanto dizem os Espíritos, passando-os pelo crivo da lógica e do bom senso, senão quisermos ser vítimas de Espíritos levianos, diz ele. A seguir, veremos as advertências do Espírito Erasto a respeito das avaliações das mensagens mediúnicas.
“Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa.”
“Deve-se eliminar sem piedade toda palavra ou frases equivoca, conservando no ditado somente o que a lógica prova ou o que a doutrina já ensinou.”
“Eis por que é necessário que os dirigentes de grupos sejam dotados de tato apurado e de rara sagacidade, para discernir as comunicações autênticas e ao mesmo tempo não ferir os que se deixam iludir.”
“Se, portanto um médium, seja qual for, por sua conduta ou seus costumes, por seu orgulho, por sua falta de amor e de caridade, der um motivo legítimo de desconfiança, rejeitai as vossas comunicações, por que há uma serpente oculta na relva.”
“Na dúvida abstém-te, diz um dos vossos antigos provérbios. Não admitais, pois, o que não for para vós de evidência inegável. Ao aparecer uma nova opinião, por menos que vos pareça duvidosa, passai-a pelo crivo da razão e da lógica. O que a razão e o bom-senso reprovam, rejeitai corajosamente.”- (Erasto, questão 230).
Conclusão: Isto posto, CONVÉM ESTUDARMOS COM CAUTELA REDOBRADA QUAL TEM SIDO NOSSA POSTURA DIANTE DA NOSSA MEDIUNIDADE.
A situação de heterogeneidade em que se encontram as práticas mediúnicas no país inteiro nos dá mostra da imensa responsabilidade que temos diante do quadro que aí está. A mediunidade para bem produzir no campo da edificação do Ser carece de médiuns dotados de boas faculdades, mas, sobretudo de bons valores morais que possibilitem o acesso dos bons Espíritos e menor possibilidade de ser enganado pelos maus. A primeira condição para se obter a boa vontade dos Espíritos é a que decorre da humildade, do devotamento e da abnegação, afirmou Allan Kardec.
Se o lado moral do médium tem grande influência na natureza das comunicações, faz-se necessário a busca da melhoria íntima, através do exame cuidadoso de si mesmo. Esforçando-se para dominar as más tendências, enfim, trabalhando para o alto melhoramento de uma forma global. Dessa forma, pode ser dar sentido útil a mediunidade, contribuindo, efetivamente e de maneira produtiva para divulgação de uma Doutrina séria, isenta de fantasias e mitos, e que leva muitos a mudarem os rumos de suas vidas quando em contato com seus ensinamentos.
O papel da Umbanda é a regeneração da humanidade. Os ensinamentos das Entidades superiores só chegarão até nós através de médiuns seguros e conscientes de sua tarefa como intermediários desse processo.
O exercício da mediunidade requer grande dose de desprendimento, humildade e sinceridade de propósitos.
O médium, desprovido de esses sentimentos e não valorizando o esforço em melhorar-se, estará distante do verdadeiro objetivo desde dom de Deus, que é servir com alegria aos objetivos do Criador.
MÉDIUNS IMPERFEITOS
Comentários sobre maus médiuns:
“Toda vez que deixarmos nossa parte humana (ego) dominar o nosso lado espiritual, cometemos o primeiro erro dentro da Espiritualidade. O segundo é conseqüência do primeiro, pois o mundo espiritual nos dá nova chance de revermos nosso erro, e voltarmos nosso coração para o lado certo; mas, nossa vaidade não permite que enxerguemos e continuamos achando que somos superiores ao mundo Espiritual, aí nos perdemos da Luz e somos facilmente um joguete das Trevas.”
TIPOS DE MÉDIUNS IMPERFEITOS:
- Médiuns fascinados: aqueles que são enganados por Espíritos mentirosos e se iludem sobre a natureza das comunicações que recebem.
- Médiuns subjugados: os que sofrem uma dominação moral e frequentemente material por parte dos maus Espíritos.
- Médiuns levianos: os que não tomam sua faculdade a serio, e dela não se servem senão por passatempo ou para coisas fúteis.
- Médiuns indiferentes: os que não tiram nenhum proveito moral das instruções que recebem, e não modificam em nada sua conduta e seus hábitos.
- Médiuns presunçosos: os que têm a pretensão de serem os únicos em relação com os Espíritos Superiores, creem em sua infalibilidade, e consideram como inferior e errado tudo o que não proceder deles.
- Médiuns orgulhosos: os que se envaidecem das comunicações que recebem; creem não ter mais nada para aprender, e não tomam para si as lições que recebem frequentemente da parte dos Espíritos. Não se contentam com as faculdades que possuem: querem te-las todas.
- Médiuns suscetíveis: variedade de médiuns orgulhosos; melindra-se com as críticas das quais suas comunicações podem ser objeto; se irritam com a menor contrariedade, e se mostram o que obtêm é para que seja admirado, e não para pedir pareceres. Geralmente tomam aversão pelas pessoas que não os aplaudem sem reserva, e desertam das reuniões onde não possam se impor e dominar.
- Médiuns mercenários: os que exploram suas faculdades.
- Médiuns ambiciosos: os que, sem pôr apreço suas faculdades, esperam dela tirar quaisquer vantagens.
- Médiuns de má-fé: Os que, tendo faculdades reais, simulam as que não tem para se darem importância, exemplo: O médium Semiconsciente, (por ter consciência da informação que o Espírito traz) aproveita-se disso para colocar movimentos, forma de falar, dançar e passa a enganar as pessoas, que receberam mensagens que ele ( o médium ) queria passar, normalmente para aparecer e ganhar vantagens. É importante saber, que mesmo sendo um médium consciente ou semiconciente, suas Entidades Superiores estarão sempre o observando, e depois de um tempo, se as “pantominas” continuarem acontecendo, então elas se afastam, deixando o médium sobre influencias do seus afins( baixos espíritos) e sempre sob o julgo da Lei.
- Médiuns egoístas: aqueles que não se servem de suas faculdades senão para seu uso pessoal, e guardam para eles as comunicações que recebem.
- Médiuns invejosos: os que vêem com despeito os outros médiuns, melhor apreciados, e que lhes são superiores.
Mau médium
“Deixai-os irem se pavonear em outra parte e procurarem ouvidos mais complacentes, ou se retirarem para o isolamento: as reuniões que se privam da sua presença não tem uma grande perda.”
(Erasto)
RAZÕES DA QUEDA DOS MÉDIUNS
Ao contrário das verdadeiras razões de ser médium, consagrou-se entre o povo que ter mediunidade é ter um poder. Há uma admiração subserviente sobre aquele que é médium (como se isso fosse dom). E isso leva ao desastre se não houver um exercício mental para se afastar da imagem que se passa e manter a postura daquilo que se foi no passado somando-se à missão que se tem no presente e futuro.
Entre os defeitos mais comuns encontramos, o orgulho e a vaidade. Na nossa busca interior que devemos realizar (me refiro à reforma íntima) vamos encontrar os defeitos que são comuns nos seres humanos. Temos que conhecê-los, profunda e verdadeiramente, e suas características, que habitam dentro de nós. Reconhecer ao nível de nossa consciência as manifestações impulsivas que nos dominam, e que, desejamos controlar para poder evitá-las.
Já foi dito neste curso que o médium deve ser um trabalhador na seara divina, que devem compreender serem meros intermediários com o plano astral em prol da caridade desinteressada, e que desenvolva seu trabalho (espiritual) de forma silenciosa, humilde e operosa. Assim, poderá iniciar o resgate das faltas cometidas em vidas passadas. Os necessitados são escolhidos pela espiritualidade pelo merecimento de cada um.
A definição de ORGULHO no sentido pejorativo da palavra é um sentimento egoísta, admiração pelo próprio mérito, excesso de amor próprio; arrogância, soberba, imodéstia atitude prepotente ou de desprezo com relação aos outros; vaidade, insolência. Costumamos dizer que o orgulho é o pai de todos os males e defeitos.
A definição de VAIDADE é qualidade do que é vão, vazio, firmado sobre aparência ilusória, valorização que se atribui à própria aparência, ou quaisquer outras qualidades físicas ou intelectuais, fundamentada no desejo de que tais qualidades sejam reconhecidas ou admiradas pelos outros; coisa insignificante, futilidade. A maneira pela qual os consulentes se dirigem àqueles que possuem mediunidade, onde demonstram total admiração, poderá despertar dentro do médium o grave defeito de orgulho e vaidade. O que será um erro enorme como veremos ao final deste capítulo.
Os médiuns são vistos como pessoas com poderes sobrenaturais e o erro mais comum é acreditar que se tem realmente esse “poder”. Os consulentes estão frágeis nas suas dores, nas suas dúvidas e o dever do médium é acolher com carinho, com humildade, sem aparentar arrogância, prepotência ou superioridade.
O médium quando alcança o posto de chefe da casa deve demonstrar ainda mais o amor, a humildade e a caridade para com todos (médiuns e consulentes), até porque quem chega a essa posição, tem mais dividas com o passado que os demais, não sendo, absolutamente, motivo para se sentir lisonjeado. É estranho, para falar o mínimo, um chefe de casa espiritual ter atitudes contrárias a caridade e ao amor ao próximo, sem a humildade que caracteriza um trabalhador da espiritualidade. “Cuidado com o orgulho, pois de fato não existe nada que possa realmente chamar de seu para justificar a soberba: nem riqueza, beleza, força ou inteligência são méritos seus. Lembre-se, tudo que você possui é uma dádiva de Deus.” (texto extraído de um site religioso)
SEXUALIDADE
Já foi dito que a forma de viver de todos nós deve ser comedida, sem abusos. Pois tudo em excesso implica nas conseqüências desse excesso.
A sexualidade usada de forma inadequada pode ser utilizada pelos espíritos menos evoluídos contra àquele que faz disso um hábito, no sentido de que essa tipo de fraqueza abre as portas para essas entidades atuarem nos campos vibracionais do médium, potencializando as tendências negativas naturais do mesmo. Assim, o uso dessa energia em excesso, sem as regras naturais, gerará graves consequências para aqueles que fazem da sexualidade um prazer incontrolável, pois é como se fosse uma bola de neve. O médium abusa de suas tendências negativas, isto é, aquelas que já trás de vidas passadas em relação ao mau uso da sexualidade; sua faixa vibratória desce ao nível das entidades menos evoluídas, que o intuem a continuar nesse caminho, num processo de obsessão contínua, o que o desabilita frente a sua própria capacidade de exercer adequadamente sua mediunidade, uma vez que seus guias e protetores, obviamente, se afastam, sem que perceba. Os obsessores realimentam os desejos do médium e o impossibilitam de “ouvir” os conselhos dos guias e protetores, pois saiu de sua sintonia. Esse processo de afastamento de fato se dá em todo e qualquer defeito grave do médium, não só frente à sexualidade, pois as entidades malévolas são oportunistas. Se para os seres deste planeta deveria ser uma recomendação pelas consequências advindas pelo excesso de sexo em suas vidas, para o médium é um alerta. Também se aplica aqui o fato da fragilidade dos consulentes; estes fazem qualquer coisa para ter o seu “problema” resolvido. Não se pode aproveitar dessa situação se envolvendo com o consulente de forma geral e ainda mais no relacionamento sexual. Temos visto muitos chefes de terreiro terem filas de mulheres apaixonadas a seus pés e disso tirarem vantagens pessoais.
DINHEIRO
Na definição de mediunidade fala-se em ser intermediário. Mero intermediário! Entendemos esta definição como os médiuns serem simples instrumentos (mecânicos) da espiritualidade para as missões de caridade, ajuda, orientação e aconselhamento àqueles que necessitam.
Considerando que médium é aquele que tem erros a serem resgatados e se prontificou a vir, nesta vida, para servir de intermediário na ajuda dos irmãos, e que as orientações dadas aos consulentes não pertencem ao médium (aqui me refiro aos direitos autorais do que se fala aos consulentes), como pode alguém pensar em cobrar para fazer isso?
Isto é, o médium está irradiado por uma entidade, ou pelo menos deveria estar, e então, supostamente, as ideias principais são da entidade, ideias estas que apenas estão sendo decodificadas e transmitidas pelo médium. Da mesma forma não se pode cobrar por nenhuma outra atividade relacionada com sua mediunidade, dentro ou fora do centro.
CONSEQUÊNCIAS
A consequência básica de se exorbitar das regras claras da espiritualidade, da mediunidade e dos princípios éticos de ser médium é o fato bastante comum das entidades de luz se afastarem do médium (na verdade é o médium que se afasta delas, no sentido de que não mais consegue captar suas intuições, pois encontra-se em outra faixa vibratória).
Não se iluda o médium de que ele pode enganar a espiritualidade, boa ou má. Ele pode, no máximo, enganar os encarnados, especialmente, a si mesmo. Em geral ele não percebe que o espírito que se manifestava através de sua mediunidade (seja qual for a mediunidade que tenha) se afastou, pois outra entidade, com pouca (ou nenhuma) luz toma o lugar da entidade original. Muitas vezes o próprio médium passa a orientar os consulentes, fazendo todos os rituais que antes fazia, sendo ele próprio, sem perceber, a passar as orientações, achando que está irradiado e acreditando que são os espíritos de luz que estão fazendo aquele trabalho.
Os princípios da Umbanda devem ser vividos, vale dizer, colocados em prática nas nossas vidas, nas relações com outras pessoas, no trânsito, na rua, com o visinho, com o superior, os empregados, com os colegas, com os pais e filhos, enfim, com todos que nos rodeiam. A humildade, a caridade e a tolerância devem ser palavras corriqueiras nas atitudes, nos pensamentos. O pensamento é energia que toma forma. Cuidem do pensamento, exercitem o amor, a humildade e a caridade iniciando pelo amor ao próximo no pensamento.
CONCLUSÃO
A conclusão que gostaríamos de deixar aqui é que a mediunidade é uma forma de consertar os erros graves cometidos no passado, por grande benevolência da espiritualidade com aqueles que se comprometeram em voltar ao planeta e atuar de forma distinta das anteriores, não só em relação às tendências de seu caráter, temperamento e tendências negativas, como também em relação à magia.
Devemos, pois, aproveitar da melhor forma a condição privilegiada de poder resgatar nossos muitos erros passados, apenas trabalhando com a mediunidade, agindo de forma honesta, humilde neste trabalho em nome do Pai.
Para encerrar este capítulo deixamos a definição de Humildade, para que possamos refletir sobre ela e com isso possamos iniciar a prática da espiritualidade com muita humildade: “A Humildade é a virtude que dá o sentimento exato da nossa fraqueza, modéstia, respeito, pobreza, reverência e submissão. É a virtude caracterizada pela consciência das próprias limitações; modéstia e simplicidade”.