curso mediúnico- 29 de Março 2014
Raios de luz Umbanda Esoterica
Curso de
Umbanda
Os Orixás
Um pouco de História:
Na aurora de
sua civilização, o povo africano mais tarde conhecido pelo nome de iorubá,
chamado de nagô no Brasil e lucumi em Cuba, acreditava que forças sobrenaturais
impessoais, espíritos, ou entidades estavam presentes ou corporificados em
objetos e forças da natureza. Tementes dos perigos da natureza que punham em
risco constante a vida humana, perigos que eles não podiam controlar, esses
antigos africanos ofereciam sacrifícios para aplacar a fúria dessas forças,
doando sua própria comida como tributo que selava um pacto de submissão e proteção
e que sedimenta as relações de lealdade e filiação entre os homens e os espíritos
da natureza.
Muitos desses
espíritos da natureza passaram a ser cultuados como divindades, mais tarde
designadas orixás, detentoras do poder de governar aspectos do mundo natural,
como o trovão, o raio e a fertilidade da terra, enquanto outros foram cultuados
como guardiões de montanhas, cursos d'água, árvores e florestas. Cada rio,
assim, tinha seu espírito próprio, com o qual se confundia, construindo-se em
suas margens os locais de adoração, nada mais que o sítio onde eram deixadas as
oferendas. Um rio pode correr calmamente pelas planícies ou precipita-se em
quedas e corredeiras, oferecer calma travessia a vau, mas também mostra-se
pleno de traiçoeiras armadilhas, ser uma benfazeja fonte de alimentação
piscosa, mas igualmente afogar em suas águas os que nelas se banham. Esses
atributos do rio, que o torna ao mesmo tempo provedor e destruidor, passaram a
ser também o de sua divindade guardiã. Como cada rio é diferente, seu espírito,
sua alma, também tem características específicas. Muitos dos espíritos dos rios
são homenageados até hoje, tanto na África, em território iorubá, como nas
Américas, para onde o culto foi trazido pelos negros durante a escravidão e num
curto período após a abolição, embora tenham, com o passar do tempo, se tornado
independentes de sua base original na natureza.
O contato entre
os povos africanos, tanto em razão de intercâmbio comercial como por causa das
guerras e domínio de uns sobre outros, propiciou a incorporação pelos iorubás
de divindades de povos vizinhos, como os voduns dos povos fons, chamados jejes
no Brasil, entre os quais se destaca Nanã, antiga divindade da terra, e
Oxumarê, divindade do arco-íris. O deus da peste, que recebe os nomes de Omulu,
Olu Odo, Obaluaê, Ainon, Sakpatá e Xamponã ou Xapanã, resultou da fusão da
devoção a inúmeros deuses cultuados em territórios iorubá, fon e nupe. As
transformações sofridas pelo deus da varíola, até sua incorporação ao panteão
contemporâneo dos orixás, mostra a importância das migrações e das guerras de
dominação na vida desses povos africanos e seu papel na constituição de cultos
e conformação de divindades.
Dentro
da cultura do Candomblé, o Orixá é considerado a existência de uma “vida
passada na Terra”, na qual os Orixás teriam entrado em contato direto com os
seres humanos, aos quais passaram ensinamentos diretos e se mostraram em forma
humana. Essa teria sido uma época muito
distante na qual o ser humano necessitava da presença física dos Orixás, pois o
ser humano ainda se encontrava em um estágio muito primitivo, tanto materialmente
como espiritualmente.
Após
passarem seus ensinamento voltaram à Aruanda, mas deixaram na Terra sua
essência e representatividade nas forças da natureza.
O que é Orixá?
O planeta em
que vivemos e todos os mundos dos planos materiais se mantêm vivos através do
equilíbrio entre as energias da natureza.
A harmonia planetária só é possível devido a um intrincado e imenso jogo
energético entre os elementos químicos que constituem estes mundos e entre cada
um dos seres vivos que habitam estes planetas.
Um dado característico do
exercício da religião de Umbanda é o uso, como fonte de trabalho, destas
energias. Vivendo no planeta Terra, o homem convive com Leis desde sua origem e
evolução, Leis que mantêm a vitalidade, a criação e a transformação, dados
essenciais à vida como a vemos desenvolver-se a cada segundo. Sem essa harmonia
energética o planeta entraria no caos.
O fogo, o ar,
a terra e a água são os elementos primordiais que, combinados, dão origem a
tudo que nossos corpos físicos sentem, assim como também são constituintes
destes corpos.
Acreditamos
que esses elementos e suas ramificações são comandados e trabalhados por Entidades Espirituais que vão
desde os Elementais (espíritos em transição atuantes no grande laboratório
planetário), até aos Espíritos Superiores que inspecionam, comandam e fornecem
o fluido vital para o trabalho constante de CRIAR, MANTER e TRANSFORMAR a
dinâmica evolutiva da vida no Planeta Terra.
A esses espíritos de alta
força vibratória chamamos ORIXÁS, usando um vocábulo de origem Yorubana. Na Umbanda são tidos como os maiores
responsáveis pelo equilíbrio da natureza. São conhecidos em outras partes do
mundo como "Ministros" ou "Devas", espíritos de alta vibração evolutiva que cooperam diretamente
com Deus, fazendo com que Suas Leis sejam cumpridas constantemente.
O uso de uma palavra que
significa “dono da cabeça” (ORI-XÁ) mostra a relação existente entre o mundo e
o indivíduo, entre o ambiente e os seres que nele habitam. Nossos corpos têm, em sua constituição, todos
os elementos naturais em diferentes proporções.
Além dos espíritos amigos que se empenham em nossa vigilância e auxílio morais, contamos
com um espírito da natureza, um Orixá
pessoal que cuida do equilíbrio energético, físico e emocional de nossos corpos
físicos.
Nós,
seres espirituais manifestando-se em corpos físicos, somos influenciados pela
ação dessas energias desde o momento do nascimento. Quando nossa personalidade
(a personagem desta existência) começa a ser definida, uma das energias
elementais predomina – e é a que vai definir, de alguma forma, nosso
"arquétipo".
Ao
Regente dessa energia predominante, definida no nosso nascimento, denominamos
de nosso Orixá pessoal, "Chefe de Cabeça", "Pai ou Mãe de
Cabeça", ou o nome esotérico "ELEDÁ". A forma como nosso corpo reage às diversas
situações durante esta encarnação, tanto física quanto emocionalmente, está
ligada ao “arquétipo”, ou à personalidade e características emocionais que
conhecemos através das lendas africanas sobre os Orixás. Junto a essa energia predominante, duas
outras se colocam como secundárias, que na Umbanda denominamos de
"Juntós", corruptela de "Adjuntó", palavra latina que
significa auxiliar, ou ainda, chamamos de "OSSI" e "OTUM",
respectivamente na sua ordem de influência.
Quando um espírito vai
encarnar, são consultados os futuros pais, durante o sono, quanto à
concordância em gerar um filho, obedecendo-se à lei do livre arbítrio. Tendo os
mesmos concordado, começa o trabalho de plasmar a forma que esse espírito usará
no veículo físico. Esta tarefa é entregue aos poderosos Espíritos da Natureza,
sendo que um deles assume a responsabilidade dessa tarefa, fornecendo a essa
forma as energias necessárias para que o feto se desenvolva, para que haja
vida. A partir desse processo, o novo ser encarnado estará ligado diretamente
àquela vibração original. Assim surge o ELEDÁ desse novo ser encarnado, que é a
força energética primária e atuante do nascimento.
Nesse período, os Elementais
trabalham incessantemente, cada um na sua respectiva área, partindo do embrião
até formar todas as camadas materiais do corpo humano, que são moldadas até
nascer o novo ser com o seu duplo etérico e corpo denso.
Após o nascimento, essa
força energética vai promovendo o domínio gradativo da consciência da alma e da
força do espírito sobre a forma material até que seja adquirida sua
personalidade por meio da Lei do livre Arbítrio. A partir daí essa energia
passa a atuar de forma mais discreta, obedecendo a esta Lei, sustentando-lhe,
contudo, a forma e energia material pela contínua manutenção e transformação,
no sentido de manter-lhe a existência.
A cada reencarnação, de
acordo com nossas necessidades evolutivas e carmas a serem cumpridos, somos
responsáveis por diferentes corpos, e para cada um destes nossos corpos,
podemos contar com o auxílio de um Espírito da Natureza, um Orixá
protetor. É normalmente quem se aproxima
do médium quando estes invocam seu Eledá. Em todos os rituais de Umbanda, de
modo especial nas Iniciações, a invocação dessa força é feita para todos os
médiuns quando efetuam seus Assentamentos, meio de atração, para perto de si,
da energia pura do seu ELEDÁ energético e das energias auxiliares, ou
"OSSI" e "OTUM.
Eledá, Ossi e Otum formam a Tríade do Coronário do médium na Umbanda.
Afinidades
Os filhos de fé não recebem
influências apenas de um ou dois orixás. Da mesma forma que nós não ficamos
presos à educação e à orientação de um pai espiritual, não ficamos também sob a
tutela de nosso orixá de frente ou adjuntó.
Freqüentemente recebemos
influências de outros orixás (como se fossem professores, avós, tios, amigos
mais próximos na vida material). O fato de recebermos estas influências, não
quer dizer que somos filhos ou afilhados desses orixás; trata-se apenas de uma
afinidade espiritual.
Uma pessoa, às vezes, não se
dá melhor com uma tia do que com uma mãe? Assim também é com os orixás. Podemos
ser filhos de Ogum ou Oxum e receber mais influências de Xangô ou Iansã. Posso
ser filho de Obaluaiê e não gostar de trabalhar com entidades que mais lhe
dizem respeito (linha das almas), preferindo trabalhar com entidades de
cachoeiras.
O importante é que nos
momentos mais decisivos de nossas vidas, suas influências benéficas se façam
presentes, quase sempre uma soma de valores e não apenas e individualmente, a
característica de um único orixá.
Orixás - Elementos Primordiais E Suas Ramificações
Orixás
|
Elemento
|
Ramificação
|
Cor
|
Saudação
|
Oxalá
|
Ar-
|
Ar-
|
Branco
|
Epa babá
|
Iemanjá
|
Água
|
Salgada
|
Branco / Azul
|
Odô Yá
|
Nanã
|
Água
|
Chuva
|
Roxo
|
Saluba Nanã
|
Oxum
|
Água
|
Doce, Cachoeiras
|
Azul
|
Ora Yeyê-ô
|
Oxumarê
|
Água
|
Evaporação
|
Verde e Amarelo
|
Arrobobô
|
Ogum
|
Fogo
|
Ígneo
|
Vermelho
|
Ogum Yê
|
Ibeji
|
Fogo
|
Purificador
|
Rosa e Azul
|
Oni Ibejada
|
Xangô
|
Fogo
|
Elétrico
|
Marrom
|
Kaô Cabecile
|
Iansã
|
Fogo
|
Emoções
|
laranja-rosa
|
Eparrei Oyá
|
Oxossi
|
Terra
|
Fauna
|
Verde
|
Okê Arô
|
Ossãe
|
Terra
|
Flora
|
Verde e Branco
|
Euê-a
|
Obaluaiê
|
Terra
|
Transformação
|
Branco e Preto
|
Atotô
|
Os Elementais
Entre esses espíritos de
atuação dentro do campo vibratório dos Orixás de comando, encontramos aqueles
que trabalham mais perto de nossa realidade, relacionando-se de forma estreita
com os elementos: são os ELEMENTAIS. São
os grandes artífices e alquimistas que nos oferecem as pedras, as folhas, as
flores, a água, as forças da natureza.
Eles estão, muito perto de nós, atuando também nos trabalhos dos Guias e
da própria Umbanda como um todo.
Os Elementais se apresentam
com forma semelhante à humana. De acordo com a variação de consciência e emoção
produzem mudanças em sua coloração e até mesmo em sua forma. Usam seu corpo astral e quando necessário,
até materializam seu veículo etéreo. A
forma astral, de acordo com revelação e depoimento de videntes, consiste numa
aura esférica multicolorida energética. O veículo etérico dessas entidades é
que lhes permite um senso de individualidade.
Nas épocas de crescimento, germinação e desenvolvimento dos vegetais, a
vitalidade e atividade desses seres aumenta pelo contato maior com o mundo
físico, tornando-os mais visíveis aos médiuns videntes, quando não se
materializam temporariamente, dançando e brincando como seres humanos.
No elemento Terra:
·
Nas florestas, por exemplo temos as Dríades, ligadas ao campo vibratório de Oxossi, possuem cabelos
compridos e luminosos, são de rara beleza e trabalham diretamente nas árvores.
·
Os Gnomos das árvores
trabalham dentro do duplo etérico das mesmas.
·
As Fadas manipulam a
clorofila das plantas, estabelecendo a multiplicidade dos matizes e fragrância
das flores, formando as pétalas e brotos. Estão associadas à vida das células
da relva e outras plantas.
·
Os Duendes que cuidam da sua
fecundidade, das pedras e metais preciosos e semi-preciosos.
No elemento Água:
·
Encontramos as Sereias que
ficam perto dos Oceanos, rios e lagos, de forma graciosa e energética.
·
Nas cachoeiras estão as Ondinas,
que muito ajudam nos trabalhos de purificação realizados pela Umbanda nas
cachoeiras.
No Elemento Ar:
·
Os Silfos que estão sob a
regência de Oxalá. Como as Fadas, se apresentam com asas, movimentando-se com
extrema rapidez.
No Elemento Fogo:
·
As Salamandras são
elementais do FOGO. Se apresentam como
correntes de energia ígnea, que se precipitam, sem se afigurarem como seres
humanos. Atuam nas energias ígneas solar e do fogo em geral.
Os 7 Raios Dos Orixás
Raio
|
Orixás
|
Regência
|
1º
|
Oxalá
|
regente do elemento ar.
|
2º
|
Iemanjá
|
regente das águas salgadas
|
Nanã
|
regente das águas das
chuvas
|
|
3º
|
Ogum
|
regente do fogo na forma
intrínseca
|
Ibeji
|
regente do fogo como
energia mágica
|
|
4º
|
Oxossi
|
regente das matas (fauna e
flora)
|
Ossãe
|
regente das folhas (ervas)
medicinais
|
|
5º
|
Xangô
|
regente do fogo elétrico e
energético
|
Iansã
|
regente do fogo psíquico
|
|
6º
|
Oxum
|
regente das águas doces
|
Oxumarê
|
regente das águas em
evaporação
|
|
7º
|
Obaluaiê
|
regente do elemento terra
|
Estes são os Raios dos
Orixás de Umbanda, comandantes das energias criadoras, mantenedoras e
transformadoras dos elementos da natureza, tendo sob seus comandos legiões de
espíritos de várias vibrações evolutivas dentro de seu Raio. Eles realizam o milagre da vida e distribuem
essa energia no corpo da magia, para os locais que delas necessitam, para ajuda
e fortalecimento dos espíritos encarnados e desencarnados.
As 07 Linhas dos
Trabalhadores Espirituais de Umbanda, não devem ser confundidas com os Sete
Raios de que estamos tratando, uma vez que estas Linhas são dos Regentes planetários
das energias da natureza.
Classificação dos Orixás na Umbanda:
1º) Orixás Virginais = Recebem do supremo Espírito Reino Virginal
2º) Orixás Causais = Aferem karma causal
3º) Orixás Refletores = Coordena Energia – Massa
4º) Orixás Originais = Recebem dos três as vibrações universais
5º) Orixás Supervisores = Supervisiona as leis universais
6º) Orixás Intermediários = Senhores dos tribunais solares do
Universo Astral
7º) Orixás Ancestrais = Senhores de toda a hierarquia planetária
·
Todos os Orixás Ancestrais
são subordinados à Cristo Jesus que é o tutor máximo da Terra.
·
Os Orixás Ancestrais são os
que conhecemos na Umbanda.
Entre os
espíritos que atuam dentro da vibração energética do nosso Eledá, é escolhido
um para nos acompanhar mais de perto, seja pela afinidade com o ser
encarnado ou pelo simples desejo de acompanhar esse espírito na sua caminhada
encarnatória. No caso de médiuns,
normalmente este espírito é aquele que incorpora quando invocada a vibração
do Orixá principal.
Os Orixás, dentro do culto
Umbandista não são incorporados. O que
se vê dentro dos vários terreiros, centros, tendas etc, são os falangeiros dos
Orixás, espíritos de grande luz que vem trabalhar sob as Ordens de um Orixá. Os Falangeiros incorporam em seus “cavalos” e
mostram sua presença e sua força em nome de um Orixá.
Orixás cultuados na Umbanda:
Oxalá, Ibeiji, Obaluayê, Ogum,
Oxossi, Xangô, Iansã, Iemanjá, Nanã, Oxum.
Outros Orixás:
Obá, Ewa, Logun-edé, Iroko, Ossãe, Oxumarê, Tempo, Orumilá, Ifá.
Os orixás: Obá, Ewa, Logun-edé, Iroko, Ossãe, Oxumarê, Tempo, Orumilá, Ifá e Ibeiji não
formam a Tríade do Coronário dos médiuns na Umbanda.
Você Aprendeu:
Como Surgiu A Crença Nos
Orixás; O Que É Orixa; A Importãncia Dos Orixás Na Ordem Universal; O Que É Um
Orixá De Cabeça; O Que São Eledá, Ossi E Otum; Porque Temos Maior Afinidade Com
Um Ou Outro Orixá; Os Elementos Da Natureza Regidos Por Cada Orixá; Quem São E
Qual A Função Dos Elementais; O Que São E Quais São Os 7 Raios; A Classificação
Dos Orixás Na Umbanda; Se Na Umbanda, Incorporamos Orixás; Quais Orixás são, e
quais não são, Cultuados na Umbanda.
Comentários
Postar um comentário