A "prova" da obsessão – ll Parte




PERGUNTA: Como poderíamos avaliar a natureza dos delitos desses espíritos que renascem na Terra com essa `probabilidade" de sofrer a prova da obsessão, porque no passado semearam a perturbação mental, praticaram o suicídio ou se entregaram à prática do mal?
RAMATÍS:  É evidente que a revolta, o ateísmo, a sensualidade ou o pessimismo são bastante estimulados nas criaturas pelos maus escritores, oradores subversivos e líderes intelectuais maquiavélicos que, influenciados pelo existencialismo apocalíptico da época, usam de sua inteligência e agudeza mental para cavar fundo na alma dos seus leitores e admiradores invigilantes.
Certas filosofias crônicas e doutrinações modernas induzem o homem a confundir e tomar os raciocínios e os malabarismos brilhantes da mente terrena como se fossem bens supremos do espírito imortal.
Elas aconselham aos seus discípulos o epicurismo da "fuga interior", liberando-os de quaisquer obrigações para com alguma autoridade espiritual ou ente supremo, e tentam convencê-los de que serão humilhados pelo fato de concordarem ou se curvarem à idéia de um Deus, que reina acima dos valores do intelecto humano. Esses espíritos demasiadamente intelectivos, que empregam o seu talento para semear a descrença, a inconformação, a rebeldia e a ociosidade espiritual, que vivem preocupados excessivamente em fundar escolas filosóficas exóticas, que isentam o homem de sua responsabilidade espiritual e o incentivam a uma existência puramente sensual, dificultam a perfeita aplicação da Lei de Evolução na marcha progressiva das criaturas de menor acuidade mental.
E de conformidade com essa mesma lei sideral, de que a "colheita é sempre de acordo com a sementeira", tais filósofos aniquilantes terão de corrigir em vidas futuras os desvios que provocaram nos seus tolos discípulos, saneando-lhes os raciocínios insensatos e fazendo-os reconquistar o respeito perdido. Desde que semearam confusões mentais e psíquicas em outros cérebros invigilantes, eles devem encarnar no seio de famílias cuja crença obsoleta ou infantil também os retarde na senda do progresso espiritual. Então cumprelhes ajudá-las a se libertar do negativismo secular ou do dogmatismo asfixiante, a fim de compensarem os prejuízos causados pelos postulados contraditórios que pregaram no passado.
Nascem, pois, no futuro, com esse implacável dever de despertar seus velhos familiares ou comparsas, ainda atrofiados pelo culto aos dogmas aguilhoantes ou completamente apáticos à vida imortal.
Graças ao seu sacrifício e à conseqüente cura pela doutrina espírita, esses espíritos perturbadores pregressos terminam reajustando-se numa posição heróica, junto daqueles de cuja confiança, candidez ou vulnerabilidade mental abusar.
 
Do livro: “Mediunismo” Ramatís /Hercílio Maes – Editora do Conhecimento

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