Mas como se instala a Arrogância no médium umbandista?
O médium sendo consciente, o que é o estado natural da mediunidade na atualidade, é provável que ele caia num automatismo comodista e, inevitávelmente, nas suas reflexões examine as consciências alheias, identificando os erros do próximo, muitas vezes opinando em questões que não lhe diz respeito, indicando as fraquezas dos semelhantes, educando os filhos dos vizinhos, reprovando as deficiências dos companheiros, corrigindo os defeitos dos outros, aconselhando o caminho reto a quem passa, receitando paciência a quem sofre, e segue resoluto retificando os defeitos de quem o procura no centro umbandista, como se ele fosse só perfeição.
Mas enquanto o medianeiro se distrai
orientando, se distância de si mesmo, e como aprendiz que foge à
verdade e à lição, agrava a situação enfatuando-se e sentindo-se superior aos
consulentes, sempre incansáveis em seus pedidos de ajuda, reclamações e
tristezas.
Enquanto o médium se ausentar do estudo
das suas próprias necessidades e fragilidades que fundamenta o
indispensável processo de auto-conhecimento, esquecendo a aplicação dos
princípios superiores que deve abraçar na fé viva que é mero instrumento,
cheio de defeitos e imperfeições e tão frágil e carente quanto àqueles que o
procuram, será simples cego do mundo interior relegado à treva da ilusão. Nada estará
realizando, pois locupleta-se em si mesmo e se basta, achando que está fazendo
uma grande obra, um palácio de realizações com o passar dos anos. Muitos até se
gabam do tempo de mediunidade e menosprezam os mais novos.
Claro que a experiência acumulada ao longo
dos anos dá sabedoria ao medianeiro, mas ele não deve sentir-se melhor a quem
quer que seja, pois não sabemos o passado e a idade sideral de cada um de nós.
Ou você sabe qual a idade do teu espírito?
Despertemos
e vigiemos sempre.
Mantenhamos nossas energias mais
profundas para que os ensinamentos, instruções e consolos que passamos na
forma de orientações recebidas de nossos guias espirituais aos consulentes
não seja para nós médiuns uma bênção que passa, como é a dádiva
e misericórdia divina da mediunidade que nos foi concedida,
em proveito à nossa própria retificação pelo auxilio incondicional aos
irmãos de caminhada que nos procuram, porque o infortúnio maior de um médium e
para a sua combalida alma eterna é aquele que o infelicita quando a graça do Alto
passa por ele em vão em toda uma encarnação!
Norberto Peixoto
Um eterno aprendiz
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