O Jesus que Nunca Existiu ( texto do informativo ramatis 4)
 Ramatís, colaborador de Jesus no esclarecimento da humanidade terrena, tem como característica
de sua mensagem desvendar a face oculta dos acontecimentos e fenômenos, e desvelar de modo insofismável realidades que os terrícolas não querem ou não sabem ver. Ele não fica na periferia
das coisas, não compactua com o já sabido ou o que todos dizem. Vai direto aos pontos nevrálgicos
de crenças, tradições ou hábitos, e faz incidir sobre eles a luz por vezes inquietante da verdade. Não
contemporiza com o inaceitável, embora seja este engolido sem discutir pela ingenuidade ou conveniência
dos homens.Uma de suas tarefas mais belas e difíceis foi desvendar o verdadeiro Jesus, soterrado nos escombros das distorções, interpolações e lacunas dos evangelhos, e pintar, em O Sublime Peregrino, o mais completo, verídico e aprofundado perfil do Divino Nazareno. Há passagens dos evangelhos que destoam de forma gritante do perfil angélico do Mestre. Todas aquelas, por exemplo, que o pintam agressivo, intolerante e incongruente com sua mensagem. Nenhuma pior, mais absurda e desrespeitosa
para com o Anjo Amigo que nos visitou, que a pretensa “expulsão dos vendilhões do templo”, que
gerações têm aceito sem discutir como possível de conciliar com a figura de Jesus.


Ramatís, em O Sublime Peregrino, desfaz de uma vez por todas a veracidade do pretenso episódio. Deixemos que ele mesmo nos esclareça:
“O Jesus descrito nos evangelhos às vezes se contradiz quando analisado em sua contextura angélica e condição psicológica humana. Além disso, certas cenas e atitudes desmentem a conduta, o temperamento, a sensatez e os objetivos do Mestre, porquanto, em algumas passagens, ele se mostra irascível, arbitrário e despótico, depois de ter predicado o amor, a bondade, a mansuetude, o perdão e a tolerância,
como no caso da ira e agressividade contra os vendilhões do templo (Mateus, XXI-12/13).
Essa narrativa não se coaduna com os costumes hebraicosda época. Além disso, a violência e agressividade do ato desmentem a índole pacífica e tolerante de Jesus, pois o apresenta empunhando um chicote, açoitando os homens, dando pontapés nas mesas, espantando bois e ovelhas, promovendo,
enfim, uma grande desordem no recinto de um templo. Os cambistas são escorraçados até a rua, recebendo
insultos e sofrendo prejuízos por parte daquele que viera ensinar a perdoar incondicionalmente.
O Cordeiro de Deus era dócil, pacífico e respeitoso em todosos seus atos e atitudes. Assim o demonstrou diante da mulher adúltera, ante a negação de Pedro e na traição de Judas. Sua missão não era de turbulências, nem de alterar os costumes tradicionais de uma cidade. Jesus descera à Terra
para viver, à luz do dia, as lições do amor e da piedade, em toda sua extensão. Alma cósmica, compreensiva e sábia, não tinha quaisquer recalques de cólera. Enérgico diante das injustiças contra os fracos, jamais se transformaria numagressor vulgar atacando um punhado de homens ignorantes
e necessitados de ganhar a vida. Tais vendedores não exerceriam o seu comércio se isso lhes fosse proibido pelo sacerdócio hebreu, que era a força dominante para dirigir o povo.
Chamar o templo de Jerusalém de “covil de ladrões” representaria um insulto aos sacerdotes e ao povo de Israel: e Jesus seria incapaz de insultar alguém. Aliás, ele apenas considerava aquele local como um detestável e sangrento matadouro de aves, carneiros e bois. A sua noção de “Casa de Deus” era bem mais extensa, conforme no-lo demonstrou quando o seu pensamento, esvoaçando pelo Cosmo e situando
os planetas habitados por outras humanidades em maior ascensão espiritual, disse “Na casa de meu Pai há muitas moradas”. Ademais, os narradores ainda cometeram o disparate de transplantarem para os lábios de Jesus as mesmas palavras proferidas pelo profeta Isaías, do Velho Testamento, referentes a outros assuntos: “Minha casa (a casa de Deus) será chamada casa de oração”. E, quando o fazem terminar
a sua indignada expulsão dos vendedores, atribuem-lhe ainda outras palavras que foram exprobações de Jeremias: “Mas vós a tornastes um covil de ladrões”.
Os cambistas que, a distância, faziam seus negócios, eram modestos vendedores ambulantes, cuja féria mal lhes garantia o pão de cada dia. Se ele cogitasse, realmente, de expulsar os “vendilhões do templo”, teria que iniciar sua ação corretiva de dentro para fora, ou seja, enxotando primeiramente os próprios sacerdotes e os seus sequazes desonestos. Além disso, seria absurdo que um forasteiro, de visita à cidade
santa, se pusesse a agir daquele modo, sobrepondo-se à lei ou hábito vigente na cidade.
Se Jesus houvesse açoitado o mais insignificante vendedor, os outros o subjugariam imediatamente, impedindo que o galileu recém-chegado do interior os agredisse e lhes causasse prejuízos. E os vendedores eram consentidos e tributados por lei. Por conseguinte, Jesus, como bom hebreu e respeitador das leis do país, não iria protestar, em público, mediante violência agressiva, contra o que sabia ser lícito!
O sublime Jesus do “Sermão da Montanha”, que perdoou e consolou a mulher adúltera, que recomendou a caridade do perdão “setenta vezes sete”, que aconselhou a entregar a face esquerda a quem nos bate na direita, certamente jamais incorreria na violência e desordem agressiva que lhe é atribuída contra os vendedores que negociavam nos lugares permitidos do templo de Jerusalém. A sua compreensão angélica tornava-o tolerante e piedoso para com todos os pecadores. Era enérgico, decidido e heróico, mas sem a violência da ira ou da paixão agressiva!
Por conseguinte, não é somente o caráter impoluto, a contextura psicológica, a agudeza espiritual e a sabedoria cósmica de Jesus que contestam a possibilidade desse incidente chocante e que imerecidamente lhe atribuem; mas a própria tradição, os costumes e as leis judaicas o desfazem facilmente!
Jesus advogava a liberdade do ser, mas condenava os impulsos do instinto animal, que é próprio dos brutos! Ele era a imagem autêntica do anjo, derramando-se em amor pelos
infelizes e deserdados”.
 texto do livro O Sublime Peregrino

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